16/10/2009


Enfim nos despedimos: _ Adeus, até um dia! Nessa noite, como de costume, Namour lê para mim:

_ Dez anos no mar (Família Schürmann)

“No interior do Guapos, a família aguarda ansiosa e preocupada o meu retorno. Grito por entre as frestas da gaiúta: _ Perdemos os dois mastros. Preparem-se para me ajudar, o mar não está de brincadeira...”

Com as ondas dentro dos olhos... Adormeci ouvindo
a fantástica aventura!


Na manhã seguinte, li para ele:

_Cem dias entre o céu e o Mar (Amyr Klink)

“O coração batia forte, e andando em direção ao cais senti que aqueles seriam os meus últimos passos em terra firme... Tinha um enorme nó na garganta, e simplesmente não pude me despedir de ninguém: a voz não saia. Pulei no barco e, antes que me afastasse, Helena atirou uma chuva de flores: _ É para Iemanjá! Faça uma linda viagem Amyr!
Gunther, talvez o único entre aquelas pessoas maravilhosas que não traía uma ponta de nervosismo, não parava quieto e berrava: _ Cuide-se direito! Não deixe que te peguem! Queremos visitá-lo em Paraty!
De um veleiro antigo, de casco negro e que eu mal podia enxergar no escuro, ouvi um anônimo: _ Boa sorte, homem!
Agradeci em silêncio. Aos poucos o cais foi diminuindo, fundindo-se com os contornos áridos que cercam a cidade”.

Lágrimas corriam-nos pela face.

Relato da nossa primeira velejada, em Florianópolis;
nos dias sete e oito de dezembro de dois mil e sete.
Com o Marcos, em seu veleiro “Alles Klar”, de vinte e seis pés.

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